ademir

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Poema do Arceburguense


POEMA DO ARCEBURGUENSE

Você que foi criança, moleque de calças curtas, das ruas empoeiradas de Arceburgo;
Você que por aqui ficou, para ficar mais perto das recordações da infância ou para não ficar longe da namoradinha;
Queria ver de perto o RIBEIRÃO DA ONÇA, ali nadar;
Ir com o BADY JOÃO, pescar no fundo do MATADOURO MUNICIPAL, sem esquecer de pegar o pão com mortadela na PADARIA FAMILIAR, comprar anzol na venda do NINO GILIOLI e já pegar farelo de arroz na maquina do ZOTTI FIDÉLIS, para tratar dos peixes;
Que gostava de ouvir o som dos chorões da AVENIDA DA SAUDADE, sentir seu cheiro, ouvir os pintassilgos a cantar nos galhos mais altos, sendo embalados pelo vento;
Ouvir as badaladas do RELÓGIO DA MATRIZ, o ranger dos CARROS DE BOIS, as SERENATAS do fim de semana, a carrocinha do JOÃO LIXEIRO na sua toadinha.
Ah! Se divertir com o JAQUILINO, a cantar e dançar em qualquer ponto da cidade, ou quem sabe o nosso "CHARLES CHAPLIN" (Eliazer Peixoto) que tomava "umas a a mais", brigava com a PALMIRINHA MARRA e depois ficava em frente ao "GRUPO ESCOLAR CORONEL LUCAS MAGALHÃES - andando de um lado para o outro - fazendo discurso por horas a fio.
Lembra-se do  "ZÉ MUZAMBINHO", quando também tomava as suas, e fazia a maior algazarra, até que a policia o prendia, e de reprimenda no outro dia - já sóbrio - rinha que capinar o quintal da CADEIA!
Ir com o pai no ALAMBIQUE do QUINCAS FERREIRA, na SAPATARIA DOS CAROSIA, para ouvir os "venenos"!
Ser aluno da DONA MARIA APARECIDA DA SILVA KALIL, de ter o lápis apontado - como se fosse por um apontador - pelo DIANE (João David) e ainda dele receber um sorriso, coisa esquecida pelos homens modernos! Roubar uvas no vizinho, mesmo tendo a fruta em casa! Gritar nas dependências do CLUBE LITERO RECREATIVO ARCEBURGUENSE, só para ver o OROZIMBRO BARRETO, chamar o presidente. Chupar jabuticabas no pé, derrubar as mangas - "mais altas e mais foguinhas" - com o estilingue. Comer pamonha quentinha, goiabada cascão feita no tacho de cobre pelo ANTONIO FERRARETO, os doces do ANGELO TROMBELA, os quíbis das famílias sírias, a macarronada nos domingos na casa da nona.
O tempo passa...
Vai começar mais uma noite de festa - FESTA DE SÃO SÃO  BATISTA -a BANDA DO SEBASTIÃO CAMPOS toca, o UAGI JAYME com seu martelinho inicia o leilão: um lindo quarto de leitoa, oferta de..., ou um lindo cartucho de doces cristalizados, feito por Dona..., e com isto fazendo os que tem dinheiro brigar pelo preço, os que tem menos assistem. O correio-elegante é entregue, la fora bebe-se quentão, come-se pipoca, amendoim, namora-se...
O ARCEBURGUENSE QUE AQUI FICOU ENCONTRA O ARCEBURGUENSE AUSENTE: os dois se abraçam e falam da vida, coisas que só ARCEBURGO e a FESTA DE SÃO JOÃO BATISTA, são capazes de proporcionar!

Ademir Carosia
Festa de São João Batista
Junho - 2006



Um Arceburguense, que tem uma história de vida linda.
O querido amigo Sérgio Fidélis Rodrigues, que é Chefe de Cozinha e consultor na área de gastronomia. Pedala pelo Brasil afora sempre em companhia da esposa Elisa Freitas ,que é professora, aqui na foto os dois em Paraty. Já pedalaram para o Sul,  todo estado de São Paulo, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, já fizeram o caminho da fé de Mococa a Aparecida..é irmão dos queridos Valter e  Maria Lúcia Fidélis.

No poema que narro, ele é filho do Zotti Fidélis.

...e já pegar farelo de arroz na maquina do ZOTTI FIDÉLIS, para tratar dos peixes;

No poema eu falo dos pintassilgos nos chorões.Ficou ausente, sumido da cidade por longo tempo. Tive o prazer de atraí-los nos fundos, do local onde era a Secretaria de Meio Ambiente, curiosamente bem próximo do local onde falo deles no Poema. Há um 100 metros do local...acreditem...que coincidencia depois de tantos anos.

....Que gostava de ouvir o som dos chorões da AVENIDA DA SAUDADE, sentir seu cheiro, ouvir os pintassilgos a cantar nos galhos mais altos, sendo embalados pelo vento;


Uma Arceburguense que tem uma linda história de vida.
Dona Adma da igreja, do curso de batismo, da coroação de Nossa Senhora, das pastorinhas, das procissões, das velas antes das procissões...quem tiver dinheiro leva...que não tiver leva também. Conhecemos Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, também conhecemos Madre Adma de Arceburgo. 
Dona Adma da família, 5 lindos filhos, mas deve ter criado outros 5 adotivos, ou mais, sem contar os que ali chegam, almoçam, jantam, tomam café. Sempre teve a multiplicação dos pães. Na sua casa até hoje tem o fogão de lenha, e ela cozinha nele, veja na foto as panelas de ferro fumegando.
Dona Adma do futebol...lanche para todo mundo...gosta de fartura.
Dona Adma do conselho, da palavra amiga, da benção, das orações, já me recorri a ela muitas vezes, quem daqui de Arceburgo, que já não fez isto.
Fez meu bolo de casamento. Quanto cobrou? Nada. Dinheiro para ela, tem outro significado, diferente do mundo capitalista. Na sua casa tudo é simples, tudo tem amor, generosidade, pureza, harmonia, tudo lembra DEUS.
Todos que vão na sua casa comem alguma coisa, ou levam algo, eu neste dia comi duas deliciosas esfihas sírias, quentinhas. Tem uma feirinha, onde no passado tinha uma açougue. Desta feirinha os humildes que ali chegam sempre levam, de graça alguma coisa...algumas batatas, cenouras, quiabos...Viva Dona Adma.
Uma prece para DEUS.


Como era a avenida da saudade, os chorões, onde cantavam os pintassilgos.

...Que gostava de ouvir o som dos chorões da AVENIDA DA SAUDADE, sentir seu cheiro, ouvir os pintassilgos a cantar nos galhos mais altos, sendo embalados pelo vento;


Foto da Igreja Matriz de Arceburgo, de minha autoria, feita em 2.006. É  muito usada pelos filhos daqui, para retratar nossa cidade. A flor linda que aparece na frente, é da árvore-orquídea, plantamos várias delas na arborização urbana, para embelezar a cidade e atrair os beija-flores.

...Ouvir as badaladas do RELÓGIO DA MATRIZ,

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Arceburgo - Minas Gerais

Poema do Arceburguense Ausente


Fui muito bom escrever esta postagem, revivi, me emocionei...




























2 comentários:

  1. Parabéns Ademir.
    Você descreve com muita naturalidade.
    Faz com que a gente se empolgue pela leitura, pelos fatos que aconteceram.
    E mesmo não sendo de sua Cidade Arceburgo, pareço que estou vivendo sua historia.
    Cada momento... cada personagem.... - inspiração da vida real.

    Ficou tão boa quanto o POEMA DO ARCEBURGUENSE AUSENTE

    Boa Tarde!

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  2. Parabéns Ademir, como Arceburguense, encantada.

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