segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Derriça do café

Arceburgo/MG.
10.06.2016.
Sexta-feira.
17.27 horas
Café de Arceburgo/MG.
Café do Brasil.


Andando por estradas rurais aqui em Minas Gerais, nas imediações de Arceburgo/MG, deparei com esta cena. Eu estava com meu amigo Ednei F. Faria da Copasa, estávamos indo para a nascente do nosso Rio da Onça. Era o dia 10.06.2016, 17,27 horas, a grande maioria eram mulheres. Fiquei olhando por algum tempo o trabalho delas, fazendo a derriça do café, as fotos iram mostram que tinha um barranco, e para executar o trabalho necessitavam de um bambu. Que preparo físico para executar tal trabalho. Conversei com elas, apesar de estarem com luvas, pedi para ver a mão de uma delas...mãos de brasileiras, que levantam de madrugada, e já eram 17,27 e elas ainda trabalhavam, e ao chegarem em casa outra jornada ainda estava a espera delas...cuidar de marido, filhos, quanta reflexão me trouxe este momento. Olhando as mãos delas, fiquei pensando quanto luta delas para tomarmos nosso cafezinho santo de todos os dias. Mãos das mulheres do campo, poderia ser mão da minha, da sua mãe, da minha filha, da minha irmã...Fica aqui ainda que de maneira singela minha gratidão a estas e a todas mulheres do campo. Mãos da dignidade da mulher brasileira.


A colheita pela derriça do café de forma manual ainda é o tipo de prática mais utilizada nas lavouras cafeeiras.
Esta colheita manual é constituída por três etapas, sendo a primeira pela antecipada arruação e varrição com levantamento dos frutos caídos mantendo sempre limpo o chão, a segunda pela efetivação da própria derriça ou retirada do café da planta sobre panos, no chão e em peneiras e a terceira pelo levantamento, abanação e transporte do café derriçado para o devido preparo.

A derriça cuja etapa consiste no arranquio total dos frutos dos ramos de uma única vez, é mais aplicada no país pelo fato das condições climáticas contribuírem para uma maior tendência na igualação da maturação do café.
A derriça sobre panos é mais adequada, pois evita que os frutos tenham contato com a terra e com frutos caídos, facilita a abanação pela melhor separação de ramos e folhas, e ainda, simplifica as operações de transporte e lavagem por não ter pedras e torrões, contribuindo para melhoria da qualidade do produto. Alguns cuidados deverão ser observados na derriça para evitar prejuízos à planta e aumentar a eficiência do serviço:

· Não forçar a antecipação da derriça, fazendo a mesma com a apresentação do maior índice de maturação dos frutos;
· Não desfolhar totalmente o ramo, fazendo a derriça visando mais o arranquio da aglomeração de frutos existentes;
· Não desfolhar a ponta dos ramos que é responsável pela produção do ano seguinte, derriçando apenas onde houver frutos;
· Não quebrar galhos e ramos produtivos, evitando puxá-los do lado contrário e usando sempre a escada quando for preciso;
· Não deixar frutos caírem no chão, utilizando pano de tamanho e de forma adequada em toda projeção da copa do cafeeiro.

A derriça no chão embora ainda utilizada para aumentar o rendimento do serviço principalmente em cafezais super-adensados e com fechamento, sendo feita através do uso das mãos no arranquio de cafés maduros e de varas para derruba de cafés secos, mostra-se vulnerável a ocorrência de fermentação dos frutos caídos, podendo comprometer a qualidade do café.

A derriça em peneiras é mais realizada em café Robusta devido a facilidade de vergamento dos ramos e pelo fato dos frutos estarem mais agarrados na planta. Nos cafés Arábica é indicada para cafeeiros de menor porte ou quando da retirada de sementes em cafeeiros adultos. No caso de cafezais em áreas declivosas e cafezais mais fechados ocorre bastante queda do rendimento do serviço.
A colheita a dedo é pouco utilizada pela maioria dos cafeicultores do Brasil, podendo ser feita mais na região nordeste onde se encontra uma desigualada maturação e chuva na época da colheita, ou em cafezais jovens com alta produtividade, fazendo-se um produto de melhor qualidade pelo preparo de cafés descascados ou despolpados, visando a agregação de valor e conquista de mercado.
Julio Cesar Freitas Santos / Pesquisador Fitotecnísta
Embrapa Café / Epamig Patrocínio


Citação

PRÁTICA DA COLHEITA MANUAL DO CAFÉ · Revista Cafeicultura

revistacafeicultura.com.br/?mat=3697
A colheita pela derriça do café de forma manual ainda é o tipo de prática mais utilizada nas lavouras cafeeiras. Esta colheita manual é constituída por três ...




Mulheres do campo de Arceburgo/MG.
Mulheres do campo do Brasil.
Minha gratidão.
Meu respeito.
Fiz esta postagem após tomar meu café, agora são 7,30,.Se fosse época de derriça com certeza, elas já estariam la na lavoura de café. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário