quarta-feira, 21 de junho de 2017

Mão-pelada - pegada

Procyon cancrivorus (Cuvier, 1758) 


Gênero Proycon Storr, 1780


Nomes Populares: Guaxinim, jaguacinim, mão-pelada, (guará, no litoral do Nordeste), meia-noite, mão-lisa, jacarambé, jaguarambé.

Maior procionídeo do Brasil podendo chegar a um metro de comprimento total e pesar cerca de 10 quilos. O termo Procyon significa "canina" e, cancrivorus, "comedor de caranguejo". O nome popular "mão-pelada" refere-se às mãos desprovidas de pelos, que deixam pegadas semelhantes às mãos de uma criança (Reis et al., 2005). Ocorre do sudoeste da Costa Rica, e pela América do Sul a leste dos Andes ao Uruguai e à Argentina, a partir do nível do mar, e pelo menos até 1.200 m, em habitats florestais ou perturbados, em geral perto de água fresca ou salgada. No Brasil ocorre em todos os biomas: Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos (Reis et al., 2005). Pode ser encontrada em todas as formações vegetacionais brasileiras, inclusive em áreas de mangue (Miranda et al., 2009).

Procyon cancrivorus é uma espécie facilmente identificada pela presença de uma máscara preta que se prolonga dos olhos à base da mandíbula. A coloração geral é cinza-escura com manchas amareladas. Apresenta cauda longa, peluda e com listras formando anéis escuros. A cabeça é curta, as orelhas são semi-arredondadas e os olhos são negros e redondos. Apresenta vibrisas bem desenvolvidas em torno da boca e acima dos olhos. As patas possuem cinco dedos alongados, bem separados uns dos outros, desprovidos de pelos (Camara & Murta 2003). No Brasil ocorre a ssp. P. C. nigripes Mivart. 1886; o comprimento do corpo varia entre 54 e 100 cm e a cauda entre 25 e 38 cm. Pode pesar entre 3 e 10 Kg, sendo os machos, geralmente , maiores que as fêmeas (Reis et al., 2005). Fórmula entária I 3/3, C 1/1, PM 4/4, M 2/2 = 40.

P. Cancrivorus é difícil de distinguir do guaxinim da América do Norte, e diferente do seu primo setentrional tem sido pouco estudado em estado selvagem e muito pouco se sabe da sua história natural. Apesar de terrestre e sobe em árvores com facilidade. Repousa em galhos altos das árvores ou em ocos de difícil acesso. É extremamente adaptável e oportunista, ocupando desde florestas densas, brejos, manguezais e até áreas degradadas e periferias urbanas (Aurichio & Aurichio, 2006). Em um estudo na Argentina, verificou-se a utilização das florestas secundárias mais que outros habitats. Captura caranguejos de água doce (que podem ser comuns em riachos de florestas distantes da costa), moluscos, peixes, sapos, outros pequenos vertebrados, insetos e, possivelmente, frutas, geralmente lavando-os antes de ingeri-los. É um animal de difícil visualização e na área da Fazenda Monte Alegre, no Paraná, é comum encontrar seus rastros e fezes sempre próximos a curso d'água, sendo que as fezes, geralmente, apresentam grande quantidade de sementes da palmeira "jerivá"(Syagrus romanzoffiana) e também vestígios do crustáceo Aegla castro, comum nos rios da região (Reis et al., 2005). Normalmente nascem 4 filhotes por gestação, e a maturação sexual ocorre em 1 ano (Auruchio & Aurichio, 2006). Cativos produziram ninhadas de 2-6 filhotes, cujo desenvolvimento é muito parecido com a do guaxinim do norte. Na Argentina as fêmeas parem em julho e agosto, e ocupam territórios de cerca de 4-6 ha durante grande parte do ano, mas apenas cerca de 1 a 2 ha durante a época de nascimento dos filhotes. O período de vida é de 20 anos. São caçados por causa da carne, e também por serem acusados de predar animais domésticos. Embora esta espécie sofra constante de atropelamentos em rodovias, além de eventual utilização de partes do seu corpo em crendices populares, não é considerada ameaçada de extinção para o Brasil e, segundo a Lista Vermelha mundial da IUCN (IUCN, 2006), a espécie é classificada como em baixo risco ou de menor preocupação (Reis et al., 2006).

CITAÇÃO: MAMÍFEROS DO BRASIL-UMA VISÃO ARTÍSTICA, TOMAS SIGRIST

Identificação feita por Luiz Pires - Diretor do Zoo de Bauru/SP.

BICHOS DE ARCEBURGO/MG - NUMERO 19








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