terça-feira, 5 de junho de 2018

Cachorro-do-mato

Nome científico: Cerdocyon thous. (Linnaeus, 1758)
Nomes populares: cachorro-do-mato, graxaim-do-mato, raposa, raposa-do-mato, raposão, lobinho, lobete, guaraxo, guancito, fusquinho, rabo-fofo.


É a única espécie do gênero Cerdocyon. Trata-se do canídeo neotropical com a distribuição mais ampla. Ocorre desde a Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname até o Uruguai. Distribui-se em todo Brasil com exceção da maior parte da Planície Amazônica (Miranda, et al., 2009). Apesar da maior parte da literatura sobre espécie não considerar sua ocorrência na bacia amazônica, recentemente C. thous foi registrado para o norte do Mato Grosso, região sul da Floresta Amazônica, em área de floresta impactada por desmatamentos. (MICHALSKI & PERES, 2005 in Reis et al., 2006). Ocorre em Santana do Araguaia, no sudeste do Pará, na interface cerrado-floresta amazônica, (Sigrist, observação pessoal).
Três subespécies são reconhecidas no Brasil:
C. t. thous, Linnaeus, 1766 - Norte do Brasil, as Guianas e Venezuela.
C. t. azarae Wied-Neuwied, 1824 -Nordeste, Sudeste, e Centro Oeste do Brasil.
C. t. entrenanus Burmeister, 1861 - Argentina, Bolívia, Sul do Brasil, Paraguai e Uruguai.
Cabeça-corpo 57-77,5 cm e cauda 22-41 cm; peso 4,5-8,5 kg. Possui cauda moderadamente espessa, muitas vezes com ponta preta e escura na base. Sem dimorfismo sexual, a pelagem geralmente cinza escura ao preto ao longo do dorso, pernas cinza ou preto, às vezes com manchas amarelas, pescoço creme. Pelagem eriçada e nomeadamente grosseira. A fórmula dentária é I 13/3, C 1/1, P 4/4, M 3/3.
Ocupa a maior parte dos biomas e biótopos, incluindo pântanos, savanas, cerrado, caatinga, transições cerrado-chaco-caatinga, cerradão, floresta seca e semi-decídua, matas de galeria, Mata Atlântica, floresta de araucária, áreas isoladas de cerrado dentro da planície amazônica e floresta montanhosa até 3000 m. Adapta-se facilmente ao desmatamento, com o desenvolvimento da agricultura e horticultura (por exemplo, cana, eucalipto, melão, abacaxi), e habitats em regeneração. Nas regiões áridas do Chaco da Bolívia, Paraguai e Argentina confinado à borda da floresta. Nas savanas sazonalmente inundadas de Marajó, no Brasil, prefere a savana arborizada e o matagal em regeneração. No Llanos centrais da Venezuela, prefere os miritizais, e habitats fechados (arbustos, mata, floresta estacional decidual), deslocando-se parra terras mais altas em resposta à inundação sazonal. Em Minas Gerais, Brasil, foram observadas na maioria das vezes na interface de pastagem de gado e floresta de galeria "veredas" e, menos frequentemente em eucalipto e plantações agrícolas.


Dieta inclui frutos de diversas espécies, notadamente de palmeiras como o dendê, vertebrados, insetos anfíbios, crustáceos, aves e carniça. Aparentemente tem uma limitação quanto ao tamanho da presa, não conseguindo abater presas de massa corporal superior a sua (Miranda, et al., 2009). um predador oportunista; a dieta varia de acordo com a disponibilidade, a temporada, e provavelmente nas áreas de perturbação humana, uma grande proporção da dieta pode incluir alimentos como frutas cultivadas, aves domésticas, e até lixo. Nas fezes coletadas das planícies arborizadas e savanas de Marajó (Brasil), as frutas cultivadas e silvestres foram mais frequentemente encontradas na dieta. Comem caranguejos e outros crustáceos em manguezais. Caçam individualmente, mas mais comumente em pares, ou com a prole juvenil, mas a caça cooperativa aparentemente é rara. Embora os animais não estejam permanentemente na proximidades, observações de indivíduos forrageando próximos, mas de maneira independente, são comuns (Miranda, et al., 2009). Toleram a presença de outros indivíduos quando certos alimentos estão facilmente disponíveis, tais como ovos de tartaruga, frutas, insetos (cupins, por exemplo), e em carcaças grandes. O jovem começa a caçar com os pais com cerca de seis semanas de idade. Podem consumir pequenas pedras de cascalho, presumivelmente como uma fonte de minerais. Provavelmente atuam como dispersores de sementes de uma variedade de espécie de plantas selvagens e cultivadas, como indicado pela presença de germinação das sementes em suas fezes. Exemplo incluem Acacia aroma e Celtis tala (Chaco, Argentina), Butia sp., Ficus spp. (sudeste do Brasil), Psidium guineesne, Humiria batsamifera e Anacardium occidentale (Amazônia Brasil). Padrões de atividade principalmente noturnos e crepusculares.
Citação: Mamíferos do Brasil - Tomas Sigrist.


Fotos de minha autoria, feitas a margem da rodovia. 

Identificação feita por Luiz Pires - Diretor do Zoo de Bauru/SP.

BICHOS DE ARCEBURGO - NÚMERO 29

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