Uma BELEZA que é FERA
Catasetum sabe se defender sozinha, De delicada flor, “ataca” os polinizadores com seu próprio pólen. Confira essa e outras sutilezas desse gênero de atitude.
Por Isis Nóbile Diniz e José Roberto Ciolini.
No século XIX, o inglês Charles Darwin, conhecido mundialmente pela sua teoria da evolução das espécies relacionadas à seleção natural, documentou que algumas orquídeas possuem truques eficazes para fazer a polinização. No caso do gênero Catasetum, sua fundamental peculiaridade é “atacar” os “inimigos” insetos, garantindo sua preservação.
As orquídeas Catasetum são, geralmente encontradas no cerrado brasileiro, mas existem espécie no Sul e Norte do Brasil e dos Países que compreendem do México ao Peru. Elas Preferem ambientes com pouca água, mas luminosos. Uma única planta pode gerar flores masculina e feminina. E este é o segredo do sucesso de sua estratégica.
Foto em estado nativo na palmeira em Arceburgo/MG
Catasetum usam seu próprio pólen para enfrentar e servir-se dos polinizadores. As flores masculinas produzem fragrância atraentes e são maiores de tamanho que as femininas. Dessa forma, elas atraem insetos. Como as abelhas, que ficam presos nos labelos da planta. Isso porque esse gênero possuem anteras que prendem os insetos. Dependendo da maneira que eles tocam as flores.
Em seguida, o pólen adere ao corpo do inseto que procura outra flor pos instinto de sobrevivência, pois a estratégia agressiva de prender o inseto faz com que ele não volte para a mesma planta. Próxima à florada masculina, está estrategicamente a feminina da mesma espécie.
Sequencia da foto acima.
Geralmente, após o “ataque” da planta, o inseto passa para a flor feminina de outra planta a ser fecundada. Levando, ao corpo dele, o pólen para outro exemplar da mesma espécie e garantindo a fertilização. Pousando na feminina, o inseto cumpre o maior desejo da flor : se reproduzir. Pode-se afirmar que a estratégia é bem sucedida.
Como citado anteriormente, os Catasetum dão origem a flores femininas e masculinas na mesma planta. AS FEMININAS costumam aparecer nas proporções elevadas, que recebem iluminação intensa, e são menos significativas do ponto de vista comercial. Já as masculinas, mais atraentes, aparecem nas porções inferiores, de menor iluminação. Portanto, o cultivador interessado em plantas mais exóticas deverá reduzir a luminosidade do seu viveiro.
Segundo alguns especialistas, o Catasetum tem considerável quantidade e variedade extravagante de flores e cores. Endêmico do México ao Peru, possue cerca de 100 espécie classificadas. As flores ocorrem, naturalmente, uma vez por ano, e não persistem por mais duas semanas – nas formas não induzidas de crescimento, como, por exemplo, com o uso de hormônio específicos.
Após a florada, a planta inicia-se u,m período de queda de folhas e entra num processo de dormência, passando a viver apenas dos nutrientes acumulados nos espessos pseudobulbos. É importante lembrar que o Catasetum é epífito – vive sobre um vegetal usando-o apenas como suporte,sem retirar nutrimento –consequentemente, a nutrição na dormência deve ser criteriosas e fertilizada com abundante porção de nitrogênio.
Aconselha-se o transplante das plantas quando estão em fase de crescimento. A REGA pode se tornar mais regular à medida que o crescimento também aumente.Contudo, quanto maiôs o uso de água, maior deve ser o emprego de FERTILIZANTES, preferencialmente, na formulação 20-20-20 e aplicado semanalmente. O uso de torta de mamona e farinha de osso complementa e nutrição da planta. E uma forma de controlar as PRAGAS que atacam o gênero é empregar inseticidas ecológico como o “Óleo de Nim”, extraído da árvore Azadirachta indica.
A MULTIPLICAÇÃO da planta pode ser feita por divisão de bulbos. O processo de sementeira ocorre por quatro anos até a produção da primeira florada. Para o êxito do CULTUVO, Marcio Borsi explica que, preferencialmente, as plantas devem estar cobertas por lona para evitar o EXCESSO da água da chuva. O SUBSTRATO mais usado por Borsi é composto de fibra de coco e casca de pinus.
Ao CULTIVÁ-LA, no caso de cobertura com sombrites é aconselhável suporte com pouco substrato e abundante drenagem, pois se trata de planta que aprecia pouca água e bastante luminosidade. O uso do sombrite pode ter luminosidade de 50% e temperatura variáveis em torno de 26ºC e com 40% até 60% de umidade.
MATURIDADE
No Brasil, OS Catasetum podem ser encontrados com maior freqüência nas regiões amazônicas, no cerrado de Mato Grosso e Brasília. A região da floresta amazônica abriga dois terços das espécies conhecidas como Catasetum do Pais. Nessa área, elas crescem rapidamente e florescem produzindo abundante quantidade de sementes. No cerrado elas escolhem as copas das árvores para se desenvolver. A espécie aprecia sol e retém água nos seus bulbos espessos. Seu sistema de enraizamento com extremidades voltadas para cima é outra estratégia de acúmulo de água. Algumas raras espécies de Catasetum podem ser semiterrestre e provenientes da América Central.
Sequencia das duas fotos acima.
CADA UM NA SUA
Os Catasetum fimbriatum estão difundidos e florescem com abundância anualmente. Suas flores são verde-amareladas com manchas vermelhas escuras consideravelmente perfumadas. Seu labelo banco pigmentado é franjado e atraente ao polinizador. Algumas floradas chegam a produzir vinte flores numa só planta. Aparece do Pará ao Rio Grande do Sul e é muito resistente. Já o Catasetum pileatum tem pse3udobulbos cilíndricos com cerca de 20 cm de altura, grande haste floral arqueada que por vezes dá origem a até dez flores com cerca de 7 cm cada. São perfumadas e considerados por muitos a orquídea preferida da Venezuela. Algumas das espécie cultivadas são : Catasetum fimbriatum, Catasetum spitzi, Catasetum trulla e Catasetum cemosii.
Crédito : Revista O Mundo das Orquídeas
Ano 9 – nº 43
Foto e cultivo : Elisabete Delfini
Informações sobre a espécie:
Nome popular: Orquídeas catasetum – catassetos
A catasetum é uma das várias orquídeas endêmicas das matas ciliares do Centro Oeste brasileiro.
A família Catasetum é bastante diversificada:
– Catasetum fimbriatum,
-Catasetum pileatum,
-Catasetum Cernuum,
– Catasetum barbatum,
– Catasetum macrocarpum, entre outras.
Curiosidades:
- Apresentam por volta de 170 espécies desde o México até a Argentina e aproximadamente 100 espécies no Brasil.
- Apresenta cores discretas, mas com rara beleza.
- Propagação feita geralmente por sementes, dispersas pelo vento. ou, através de seus pseudo bulbos, quando destacado da planta matriz e, amarrados em troncos de árvores, brotam, formando novas plantas.
- Suas flores apresentam gatilhos que disparam políneas aos serem tocados por insetos polinizadores que cumprirão o papel de polinizar outras flores, ajudando a reprodução da orquídea Catasetum (genial!!!).
- Encontram boa morada em coqueiros e palmeiras.
- Passa por um período de hibernação em que todas suas folhas caem.
- As flores do Catasetum fimbriatum podem ser masculinas, femininas ou mistas.
- A Eufriesea violacea é uma abelhinha que poliniza diversos tipos de Catasetuns.
- Dicas de cultivo:http://www.orquideasdemairipora.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=81Catasetum barbatuMais informações:
- Identificação da espécie feita por Felipe Ferlin - Orquidófilo de Mococa/SP.
Aqui em Arceburgo/MG, ela é muito frequente no alto das macaubeiras.
ORQUÍDEAS DE ARCEBURGO/MG - NUMERO 2
Super legal!!!!
ResponderExcluirObrigado amiga.
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